
Ananda Festival uma aposta ganha
Nem o tempo instável retirou força
a uma aposta ganha pela organização do Ananda Festival of Bliss 2018. Durante
quatros dias gente de todo o mundo fez deste festival o encontro que encheu as
almas e aqueceu os corações dos festivaleiros e na geografia dos afectos fez a
diferença.
O
esforço e dedicação (até empatia) da organização do festival merece inquestionavelmente que em anos
vindouros este seu sonho seja consolidado, pois este festival tem tudo para ser um expoente da região e ser um evento
diferenciador que congregue os povos para uma são convivência, para além de
catalisar o turismo sustentável para este Interior profundo, mas que tem também
oferta de qualidade como é indubitavelmente o Ananda Festival of Bliss que na
segunda edição, foi seguramente, uma
aposta ganha.
A
oferta foi diversificada. Teve de tudo e o conceito de ser um festival para as
famílias materializou-se, assim como a promessa de dias mágicos, alavancados por
um desafio a uma mudança de estilo de vida, no Bliss o dia começava bem cedo
com mantras, meditação e yoga. Durante o dia os participantes ficavam imersos
na natureza e nas mais variadas atividades, desde workshops, a palestras e
concertos. A comida era vegana e as refeições momentos de partilha., sendo certo
que, este foi um evento bonito e cheio de boas energias.
Sem
querermos destacar nenhum momento musical, mas importa referir a participação
de grupos locais como Tok Avakalhar e das Adufeiras da Casa do Povo do Paul,
contudo, o “óscar”, comungando aliás, a opinião dos organizadores, vai para
aquele absolutamente fabuloso concerto da Banda Filarmónica do Paul, que pôs o
público a cantar de pé com os músicos o medley do Xutos e Pontapés e a transporta-lo
para o ambiente dos grandes festivais de verão que ocorrem no nosso país.
Paz, beleza e
meditação
A
festa da multiculturalidade era aqui e o tempo de vez em quando ia pregando a
sua partida, mas até isso os responsáveis aceitaram com naturalidade e quando andámos
pelo espaço do Ananda Festival of Bliss 2018 acompanhados por elementos da
organização, sentimo-nos imbuídos desta paz interior que este local idílico
potencia e percebemos que a convivência entre os povos do mundo é sempre
possível em qualquer lugar do mundo, tal com acontece neste festival diferente que
se afirma livre de álcool e drogas, sendo certo que, depois de Portugal, a
Itália foi o segundo pais mais representado, mas de outros pontos do mundo
chegaram os festivaleiros nomeadamente: França, Inglaterra, Dinamarca, Nova Zelândia,
Alemanha, Estados Unidos da América, Filipinas, Japão, entre outros.
Na
área geográfica do festival, sempre com a beleza da ribeira do Paul em fundo,
era possível visitar a área das crianças, atravessar a ribeira numa ponte
artesanal, onde o engenho e arte andaram de mãos dadas, o palco dos Moinhos
Velhos, a Tipi das Terapias, o mercado de artesanato, Yoga Dome, a zona de
campismo e o palco principal que tinha
uma construção galáctica e um pássaro enorme de asas abertas, uma obra de arte
em madeira da autoria de elementos da organização.
Foi
em este deambular pelo espaço do festival que fomos ouvindo algumas pessoas que
marcaram presença neste acontecimento ímpar da região e que nos relataram experiências/vivências
que segundo elas encheu-lhes a alma e aqueceu-lhes o coração.
O que eles
disseram
Natural
de Trancoso a viver em Almada, Jorge Grilo, admite que estes dias do festival o
ajudam a ser melhor pessoa, “ esta escolha de vir até a este festival tem a ver
com o modo de vida que tenho e depois como era anunciado que não tinha álcool e
drogas e isso fascinou-me. Estive aqui no ano passado e este ano melhoraram as condições
e a oferta. Este evento para mim ajuda-me a conseguir uma tranquilidade que
procuro durante o ano e ajuda-me a ser uma melhor pessoa”
Também
da cidade na outra margem do Tejo chegou a família almadense que a um pouco a
custo lá se prontificou a dar-nos o seu testemunho, “ este é o ambiente prefeito
para as famílias e por isso aqui estou eu com a minha mulher e a minhas filhas.
Este é um festival com boas referências para as crianças, para além, de
sentirmos que estão seguras; adiantou Carlos Ramos, enquanto a esposa Ana corroborava
o seu depoimento e acrescentava, “ temos uma filha com quatro anos e já o ano
passado adorou acampar e já há muito que perguntava quando vínhamos para este
festival”, entretanto Carlos Ramos quis ainda vincar, “ o sítio é paradisíaco
que toda a gente deveria conhecer e depois há amizades que se criam e como este
festival é muito rico em termos musicais, culturais e ao nível espiritual para
além das práticas saudáveis até com a alimentação, partimos sempre com o desejo
de voltar”
Para João Paulo, de Lisboa, a experiência não é nova porque esteve na primeira e agora na segunda edição do Ananda Festival, “ a natureza é muito atraente e de grande beleza e o grupo da Ananda que conheci no Andanças conseguiu cativar-me. Este ano vim mais cedo para ajudar a construir estas magníficas infraestruturas e sinto-me bem aqui neste ambiente. A dança e a parte espiritual muito forte destacam-se e quando for para Lisboa vou repleto de alegria e com o coração cheio. Todas as pessoas deveriam experimentar esta sensação de paz e partilha.
Com
o rosto a transparecer o que lhe ia na alma e com aquela empatia que a
carateriza, Dalila Lucas, uma das responsáveis da organização do Ananda
Festival fez sobressair, “ estamos felizes porque tivemos uma boa adesão apesar
da chuva por isso superámos as nossas expectativas, pese embora, gostarmos de
ter ainda mais pessoas. A nossa felicidade tem também a ver com a sensação de estarmos
a aproximarmos-nos da comunidade local que gradualmente está a interagir
connosco. Foi muito trabalho durante dois meses e contamos com ajuda de muitas
pessoas, mas é recompensador ouvirmos as pessoas a dizer que estão
surpreendidas com o crescimento do festival e com a sua qualidade. Esta é uma
aposta para continuar, até porque esta segunda edição teve um balanço
francamente positivo” rematou Dalila Lucas, que em conjunto com os colegas
organizadores já tornaram público o seu agradecimento a todos os que permitiram
que este festival acontecesse, prometendo para o ano haver mais e com novidades.


