Projeto musical une vozes com Filarmónica Eradense
Numa noite quente e para guardar
no baú das memórias, vozes que emocionam, instrumentistas da Filarmónica
Eradense que tiveram a companhia do adufe e da guitarra acústica, fizeram parte de um
Concerto de Verão, seguramente dos momentos altos em 2018 na Erada.
A
dinâmica associativa e da própria autarquia que nos chega da freguesia da Erada
já não constituí surpresa, mas o projeto inovador que juntou os instrumentistas
da Filarmónica Recreativa Eradense dirigida por André Prata, com as vozes do
Trio Od`Mila – Erada, e como se isto não bastasse nesta simbiose musical, o
adufe e a viola acústica, marcaram também presença, é no mínimo surpreendente,
assumindo desde logo um padrão de qualidade, testemunhado por uma enorme plateia
que se juntou na Piscina da Erada e de pé aplaudiu os intervenientes neste
concerto de verão.
Quanto
à noite da apresentação deste inovador projeto estava integrada num fim de
semana cultural que autarquia da Erada promoveu com o objectivo de ajudar o
associativismo local, sendo que, dividiu-se em três partes, tendo começado com
o Trio Od”Mila, constituído pela Vera Valente, Cátia Valentes e Paulo
Bonifácio, passando depois para a prestação da Filarmónica local. Na terceira
parte a interpretação de seis temas cantados pelo trio acompanhado pela banda
eradense foi a cereja no topo do bolo. Os primeiros três: Ó que Lindo Chapéu
Preto, Senhora do Almurtão e Covilhã Cidade Neve, foram interpretados em
conjunto, depois os elementos do trio individualmente, interpretaram os
restantes com a Vera Valente a cantar “ Amar pelos dois” do Salvador Sobral, o
Paulo Bonifácio, um medley de José Cid e a Cátia Valente a levar a emotividade
ao rubro com a interpretação de “ Ò Gente da Minha Terra”.
Este
momento absolutamente delicioso, foi a apoteose final de um concerto que “
obrigou” o público de pé a ovacionar a prestação de todos os protagonistas da
noite.
No
final, ouvimos alguns para em discurso direto nos dizerem o que lhes ia na
alma.
Um concerto
memorável
O
Trio Od`Mila, ainda a saborear uma noite de sucesso começou por afirmar, “estávamos um bocadinho nervosos mas acabou por correr bem a avaliar pela reação
das pessoas. Continuamos a trazer músicas novas” avança a Cátia que dá a
“deixa” para o Paulo, em termos de repertorio privilegiamos a música portuguesa
para mostrar quanto bela é. A nossa música portuguesa é das mais bonitas do
mundo, por isso queremos cantar o que é nosso e assim passou a ser um dos
nossos objetivos”. Por sua vez a Vera, recorda a emoção de cantar Amar pelos
dois, “é um orgulho cantar Salvador Sobral. Graças ao maestro André Prata, que
fez este arranjo conseguimos encaixar esta canção com a banda eradense”,
entretanto, a Cátia confessava, “uma das canções que mais o trio gosta de interpretar
é “Amor Limão”, mas
cantar “Ó Gente da Minha Terra”
é sempre uma grande emoção”.
Para
Sónia Fernandes, o projeto tem fortes possibilidades de crescer e
consolidar-se, “esta ideia surgiu da interpretação da Vera que já contava
connosco o “Amar pelos dois” e assim alargou-se esta experiência de tocar e ao
mesmo tempo associar as vozes do trio Od`Mila. Este projeto foi pensado também
para concertos mais intimistas e espaços mais apropriados para este tipo de
concerto. Estou convicta que tem potencial para crescer no futuro com outras
músicas. Para este concerto já conhecíamos parte dos trechos tocados que fazem
parte da obra Suite da Beira Baixa, mas depois passar este tempo de festas
no verão em que Filarmónica Eradense
participa, queremos alarga o
repertório tocado e cantado. Esta é uma
noite que vai ficar gravada na memória de todos”, garante a presidente da
Filarmónica Recreativa Eradense da qual é também instrumentista.
O
maestro deste agrupamento musical da Erada, deu conta que este projeto apresentou
algumas dificuldades que tiveram de vencer, "não foi fácil., já conciliar todos
os instrumentos de uma banda é difícil, agora introduzir instrumentos como o
adufe e a guitarra acústica foi difícil mas ao mesmo tempo estimulante e
resultou bem. Desde que cheguei à Erada, tentei criar esta necessidade de
percorrermos novos rumos e temos vindo a conseguir estas mudanças com muito
trabalho. Recuperámos parte a obra” Suite da Beira Baixa” que não tem sido
muito utilizada pelas bandas regionais o que é uma pena e montámos este
concerto que superou as nossas expectativas”, sustentou André Prata.
O
presidente da Junta de Freguesia da Erada e também instrumentista da
filarmónica local era a expressão da satisfação, “ sta Junta teve sempre como
objetivo apoiar o associativismo local e este fim de semana cultural na Erada serve
para mostrar que as associações da terra estão vivas e continuam a desenvolver
muitas iniciativas. Quanto a este concerto, correu bem e a junção de vozes com
a Filarmónica Eradense e com outros instrumentos como o adufe e a guitarra
acústica foi do agrado de todos: publico, instrumentistas e cantores, mas não
nos podemos esquecer que em parte este projeto deve-se à capacidade realizadora
do maestro da banda André Prata” , rematou João Ramos Almeida.