MIcologia - Lactarius deliciosus e o Lactarius chrysorrheus (continuação)

Se os aspetos ecológicos estão algo matizados, quando aparecem em simultâneo as duas espécies no mesmo local, há que as saber identificar corretamente, pois apenas uma delas (o Lactarius deliciosus) é comestível.

O tamanho, a forma e a cor do esporóforo, embora com evoluções distintas nestas espécies, em dadas alturas, podem apresentar-se algo ou muito semelhantes e, à primeira vista, olhando apenas para a parte superior do chapéu, podem confundir-se com facilidade. Depois de uma análise mais pormenorizada, rapidamente se verifica que ambas têm várias características morfológicas e organolépticas distintas, apresentando-se de seguida as mais evidentes.

Latex

Por toda a superfície, qualquer lesão infringida aos esporóforos (cogumelos), provoca a libertação de latex de uma cor que se altera na presença do ar, fenómeno mais evidente no estado jovem. As áreas afetadas ficam manchadas com a cor resultante da oxidação sofrida. As marcas das mudanças são percetíveis sobretudo nos exemplares mais velhos .

O Lactarius deliciosus, ao corte, liberta um líquido doce, cor de cenoura que evolui para tons esverdeados após demorada exposição ao ar, denominado por “verdete”.

 O Lactarius chrysorrheus, ao corte, segrega abundantemente um leite picante, de cor branca que, em contacto com o ar, vira rapidamente, em poucos segundos, para amarelo enxofre.

José Luís Gravito Henriques, Eng.º Agrónomo


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