Esperança de vida diminui e inflação torna a vida mais difícil
Numa
altura do ano em que estamos a começar a fazer balanços e que começamos a
desejar um ano novo diferente para melhor, de acordo o INE a esperança de vida à nascença é maior para
as mulheres (83,37 anos) do que para os homens (77,67 anos).
Ora
esta diminuição de cerca de 4,8 meses para os homens e de 3,6 meses para as
mulheres, aparece em resultado do aumento do número de óbitos no contexto da
pandemia da doença covid-19, sendo que, estes valores representam, o período de
2018 a 2020.
Se
este é um dado revelador do tempo que previsivelmente podemos viver se não
houver nenhum contratempo de saúde, já a forma como no presente e quem sabe por
quanto tempo no futuro estamos a viver é cada vez mais difícil face à galopante
subida da inflação que em já atingiu os
dois dígitos, pese embora ter já descido umas decimas.
Na verdade,
se no cálculo da expectativa de vida da população de uma determinada área, em
um determinado ano, corresponde à média ponderada das idades das pessoas do
lugar que morreram naquele ano, será mensurável a expetativa de uma vida digna
para muitas famílias que sobra mês e
falta dinheiro para as necessidades mais elementares?
Chegados
aqui, podemos inferir que podemos viver um pouco mais do que era expetável
há uma décadas atrás, contudo,
estamos também confrontados
com dificuldades crescentes em
mantermos o nível qualitativo de vida
minimamente aceitável, com os produtos de primeira necessidade, os
combustíveis, a energia a atingirem
preços proibitivos para muitas carteiras, talvez por isso, noutro dia um
vendedor de hortícolas no Mercado
do Fundão dizia, “ nunca vendi tantos produtos hortícolas como este ano, as
pessoas estão voltar a plantar estes produtos para ajudarem as
suas economias familiares”.
Serão
sinais dos tempos que vivemos com a esperança de vida a diminuir ligeiramente e
inflação a tornar a vida bem mais difícil.