Santa Bebiana regressa com grande adesão popular

Dois anos depois a maior festa de Inverno que a vila do Paul acolhe  no primeiro de fim de semana de dezembro, a Santa Bebiana regressa em grande e regista uma das maiores enchentes com milhares  de  “ devotos”  a entupir literalmente as ruas centrais  do Paul,  por onde se  estendia o circuito bebiano   com trinta e sete espaços de artesanato,  venda de licores   e de  comes e  bebes, emergindo  a  já famosa jeropiga que aqueceu os que embebidos do espirito bebiano marcaram presença nestes  singulares festejos.

Animação de rua com  diversos grupos tasquinhas com uma oferta diversificada, simpósio pastoril - “ Uma transição entre as pegadas da Transumância”, Grande Angular – “ Chamamento”, Caminhada Guiada , Oficinas de Lanifícios -  “Uma transição entre as pegadas da Transumância e a “ Memoria das agulhas”, eram atrativos de um programa que começou por ser cumprido no primeiro  dia  com a  chegada da Santa Bebiana na Bebicleta Triviana, num dispositivo sonoro feito materiais recicláveis, montado numa carroça, uma ideia  materializada  Bitocas Fernandes e que  contou com a  participação dos músicos da Banda Filarmónica do Paul, antes  teve lugar o Galardão ao Licor Bebiano ( prova da melhor jeropiga das tascas) ganha pela tasca “ Cantinho do Parafuso”.

No segundo dia depois  do Largo da Praça ter  sido palco das danças tradicionais à  tarde, este espaço  emblemático  da vila foi pequeno para  acolher os milhares de populares que mesmo antes de chegar a Procissão Profana   já enchiam  este largo e depois impossibilitou durante algum tempo   o acesso   dos devotos que vinham na procissão, do Palio, Andor, Bebicleta Triviana e carroça com  o burrinho até mais próximo do  palco, onde  a muito custo chegou o pregador e outros  protagonistas para exultar a multidão que  não  arredava pé e cantava “ ao Zé ao Zé traz-me vinho e vivas  à Santa Bebiana.

Inovação e emoção

Bitocas Fernandes, artista residente que construiu a Bebicleta Triviana explicou a metodologia que usou para construir este dispositivo sonoro,” isto foi construído com pedaços de objetos abandonados que depois de montados produzirem som e promover o bem maior que é provocar a interação. Esta festa é maravilhosa para reciclar ideias e a cultura e uma vez por ano as pessoas libertam a sua alegria e convivialidade. Estou maravilhado e agradecido por ontem um objeto criado por mim ter transportado a santa”, afiança este criativo.

Duas jovens voluntárias vindas de Lisboa Camila e Sofia que se integraram nos festejos e ajudaram em diversas tarefas entre as quais a realização das duas provas de jeropiga eram o rosto do contentamento, “foi uma experiência incrível e até emotiva esta que fizemos em regime de voluntariado. Superou largamente as nossas expetativas, até porque pudemos acompanhar um pouco mais por dentro como se desenrola esta fantástica festa da Santa Bebiana que arranjou mais duas devotas que para ano esperam voltar”, adiantam estas voluntarias lisboetas.

O vice-presidente da Comissão Executiva da Santa Bebiana que liderou com grande competência uma vasta equipa, já a denotar algum cansaço misturado com uma enorme satisfação deu-nos conta do que lhe ia na alma, “conseguimos superar  as nossas melhores expetativas com a adesão em massa de pessoas que encheram estas ruas e puderam dar largas à sua alegria com o momento alto a acontecer com a chegada da procissão que não “coube” no Largo da Praça. Foi uma emoção ver tantas pessoas nesta retoma dos festejos a circular e a conviver. Tenho de agradecer à Câmara Municipal da Covilhã e á Junta de Freguesia do Paul pelos apoios que nos deram e depois destacaria o dispositivo sonoro construído pelo Bitocas e hoje sem dúvida a caminhada pela ribeira com momentos muitos bonitos, a procissão e o sermão num palco onde tivemos muitas mulheres a falar sobre diferença de género. Na verdade, temos de reconhecer que este enorme trabalho valeu a pena e será certamente para repetir” garante Jorge Pedro. 


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