TRADIÇÕES UMAS CUMPREM-SE OUTRAS DESVANECEM
As
tradições de Natal voltam a cumprir-se um pouco por todo lado. Desde logo a
febre consumista volta a emergir e nesta altura outros valores se levantam
apesar das dificuldades, as coletividades, empresas e outras entidades, não
deixaram de fazer a sua consoada, animando um pouco o setor da restauração da
vila e da economia regional.
Mas
é de tradições que atravessam gerações e que perduram no tempo apesar das
dificuldades sentidas por todos, que vale centrar o nosso foco e é assim no Paul
há muitos anos.
De
facto, a fogueira de Natal, as Janeiras, constituem momentos indispensáveis da
magia desta noite especial.
Uma
das tradições que não está em perda na vila do Paul, depois da consoada em
família, onde não falta o bacalhau com as couves bem regadas com o azeite novo,
as filhoses e as papas de carolo entre outras iguarias, é a visita ao madeiro a
arder no centro do Largo da Praça este ano com
a chuva a sentir dificuldades em aquecer os que se atreveram a deslocar-se na noite de natal
a este local emblemático da vila onde se cumprimentam amigos e conhecidos,
contam-se histórias, desejam-se as Boas Festas. Alguns enquanto se aquecem à
fogueira entoam cânticos de Natal, tais como: “ao Menino Jesus, ao Menino tão
belo, só tu pudeste nascer na noite do caramelo”.
Outrora,
era aqui que preparava a visita às casas dos paulenses cantando as Janeiras, os
mais noctívagos pensavam desde logo na chouriça assada nas brasas do madeiro
que pela madrugada aconchega os estômagos, muitas vezes já “inundados” pelas
bebidas oferecidas nas casas visitadas, agora isto vai-se perdendo na espumas dos
dias.
Seja como for, a
tradição natalícia desta vila ainda se vai cumprindo, pese embora, na geografia
dos afetos e das certezas e incertezas da vida, sermos muitas das vezes
confrontados com emoções desencontradas, particularmente, neste mês os votos de
tudo bom renovam-se.